Numas dessas tardes meio nubladas de inverno, entre uns passos e outros, eu sentei num daqueles bancos de praça, meio quebradinho e tal. Não sei se parei ali porque estava cansado ou doido pra fumar um cigarro.
Entre uma tragada e outra, eu sentia o gélido vento vindo de todos os cantos, as copas das arvores se mexiam com o vento, tudo tão simbiótico e confortador. Adoro Jardins. Flores. Pensava em coisas das vida, responsabilidades, amores, decepções casuais, mas naquela praça parecia tudo mais belo.
Crianças brincavam e corriam de lá pra cá, saindo do colégio com suas progenitoras a tira colo, achava tudo lindo entre um cigarro e outro. Como é bom ser criança, as alegrias do mundo novo. "Pá, acorda rapá, vc tem que ir trabalhar", gritava um dos meus "EU", o mais chatinho. Mas fiquei olhando a gramínea um pouco, pensei em deitar alí e ficar curtinho aquele fim de dia, alí, só eu e a grama."Trrriiiimmmmmm" o celular toca, lá vou eu, andando um pouco mais feliz e com uma decisão:
Preciso ter um jardim pra deitar peladinho nele, numa dessas tardes de inverno.